quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Saber Saber

Sei que sei que não é loucura.
Sei que sei que não é demência nem devaneio.
Sei que sei que não é mente numa partitura
Vinculada, clássica, metódica, previsível no seu enleio.

No entanto, sei que o que sei é desejo,
Desejo de te querer como eterno meu...
Mas, neste conto de fadas, és a águia e eu Prometeu...
Ai! Se toda a alucinação, tentação não fosse do que em ti vejo...

(O cheiro a tabaco
Empesta o meu quarto.
O pensamento quente de ti
É o fumo que percorre os pulmões em mim.

A luz é baça e escura
Como o sentimento que já não sei sentir
Sem haver depois a negação de cura
Que é olhar e ver e viver sem ti.)


Não! Está calado, por favor!
Nem mais um sorriso! Nem mais um olhar!
Nem mais um pensar do pensamento que me deixa de pavor!
Nem mais uma pureza nesse teu doce silvar!

E depois descubro que o que sei que sei
É ilusão, fruto de imaginação fértil.
Produto de um ser apagado e frágil.
Mas ainda assim queria fazer disto uma realeza, e tu, o Rei.

E saber saber? Não sei!

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