Eu agora apagado.
Eu agora sem existência na tua vida,
E se ainda existo,
Sou muito pouco.
Lembro-me da altura em que
Éramos realmente felizes.
Verdadeiramente, desfrutávamos
A companhia, um do outro.
Os nossos lábios eram virgens
A cada beijo,
Porque a cada beijo que dávamos
Era como se fosse o nosso primeiro.
Cada vez que agarravas a minha mão,
Era um mundo inteiro qu'eu agarrava,
Porque foi isso o que sempre me foste;
O mundo e o para além de.
Eu, parvo, fui perdendo o encanto
Do que é estar a dois...
Cada vez que estávamos juntos,
Já não era a mesma coisa,
Porque era quase que,
Com uma obrigação para mim...
Porque eras a minha pessoa e eu a tua,
Não te podia perder,
Mas por actos egoístas e egocêntricos
Isso acabou por acontecer...
Não foi?
Comecei a perder-te porque
Eu negligenciei o teu amor,
Negligenciei a tua presença,
Negligenciei o "nós".
Maldito eu, que fui eu fazer?
Agora choro eu pelos cantos,
Quando na altura que tu choraste
Eu não quis saber...
Irónico.
Agora quero voltar para ti e não posso...
Agora queres tu ser feliz,
E comigo já não o és...
Vi-te no outro dia, com um outro,
Um outro que fazia-te sorrir,
Fazia-te sentir como, nunca alguma vez,
Eu tinha te feito sentir.
Isso despedaçou-me,
Mas tenho que continuar.
Apesar de tudo,
Apesar de te ter feito sofrer,
E tu a mim, só te quero fazer
Sorrir.
Eu agora apagado.
Eu agora sem existência na tua vida,
E se ainda existo,
Sou muito pouco.
No final eu fui o mal da fita...