sexta-feira, 22 de março de 2013

Transparência

Eu agora apagado.
Eu agora sem existência na tua vida,
E se ainda existo,
Sou muito pouco.

Lembro-me da altura em que
Éramos realmente felizes.
Verdadeiramente, desfrutávamos
A companhia, um do outro.
Os nossos lábios eram virgens
A cada beijo,
Porque a cada beijo que dávamos
Era como se fosse o nosso primeiro.
Cada vez que agarravas a minha mão,
Era um mundo inteiro qu'eu agarrava,
Porque foi isso o que sempre me foste;
O mundo e o para além de.

Eu, parvo, fui perdendo o encanto
Do que é estar a dois...
Cada vez que estávamos juntos,
Já não era a mesma coisa,
Porque era quase que,
Com uma obrigação para mim...
Porque eras a minha pessoa e eu a tua,
Não te podia perder,
Mas por actos egoístas e egocêntricos
Isso acabou por acontecer...
Não foi?

Comecei a perder-te porque
Eu negligenciei o teu amor,
Negligenciei a tua presença,
Negligenciei o "nós".

Maldito eu, que fui eu fazer?

Agora choro eu pelos cantos,
Quando na altura que tu choraste
Eu não quis saber...
Irónico.
Agora quero voltar para ti e não posso...

Agora queres tu ser feliz,
E comigo já não o és...
Vi-te no outro dia, com um outro,
Um outro que fazia-te sorrir,
Fazia-te sentir como, nunca alguma vez,
Eu tinha te feito sentir.
Isso despedaçou-me,
Mas tenho que continuar.
Apesar de tudo,
Apesar de te ter feito sofrer,
E tu a mim, só te quero fazer
Sorrir.


Eu agora apagado.
Eu agora sem existência na tua vida,
E se ainda existo,
Sou muito pouco.
No final eu fui o mal da fita...

2 comentários:

  1. gosto bastante da tua escrita, e queriam fazer uns reparos, se mo permitires, aqui
    "Era como se fosse o nosso primeiro.
    Cada vez que agarravas a minha mão,
    Era um mundo inteiro qu'eu agarrava,"
    podias mudar a ordem das palavras para manter um acerta musicalidade na irregularidade do poema, tornado-o mais leve, fazendo com que rimasse de certa forma, algo do género
    "Era como se fosse o nosso primeiro.
    Cada vez que agarravas a minha mão,
    Agarrava um mundo interiro";
    Em relação ao uso das preposições e das expressões há algumas coisas que não estão propriamente certas, mas não te consigo corrigir, porque eu próprio não conheço bem a correção das mesmas.
    Espero que me desculpes as correções
    Parabéns pela tua poesia!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigado e obrigado pela crítica construtiva, é sempre bom ouvir second thoughts.
      Muito obrigado mesmo.

      Eliminar