domingo, 24 de fevereiro de 2013

Existência

Sou um disco de vinil velho,
Que mais ninguém quer ouvir...
Tenho, subtilmente, perguntado a mim,
É por ti que quero partir?
Partir para longe,
Contigo escapar pelo horizonte, e,
Assim poder cairmos um pelo outro,
Sentir a frescura do vento
Passar pela face de queda;
Partir como uma jarra chinesa,
Deixando que me largues
E me deixes quebrar,
Deixando pegares no meu coração
E o estilhaces, o esmagues,
Mas só para depois
Seres tu a consertá-lo.

Sou aquele disco de vinil
Que tu olhaste, compraste,
E ouviste vezes e vezes sem conta,
Sem nunca te cansar.
Aquele em que tu pensaste
Se não seria aquele o disco da tua vida,
A música da vida, música feita para dois.

Mas isso é o meu existir,
Servir-te incondicionalmente
Sem pensar duas vezes,
Sem racionalizar,
Sem pensar "consequências",
Sem pensar nos que magoarei,
Sem pensar em mim...
Mas não é essa a minha existência?
Ser teu?
Amar-te de uma forma perdida e inconsciente?
E se não for? Qual é?

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