Cada dia que passa
Vejo o quão sozinho estou...
Vejo todos os adoravelmente enjoativos casais,
Que ecoam as palavras "Amo-te para sempre"
Como se fosse um simples e ignorante "Bom dia!";
Que fazem questão de dizer ao mundo que
São um do outro durante duas longas e duradouras semanas.
Vejo as pessoas desaparecerem...
Irem para um lugar "melhor", diziam...
Partirem pelo horizonte e
Serem vistas por mim apenas na minha memória,
Na memória partida do que já foram.
Vejo poderosas árvores serem derrubadas
Como a criança rasga a frágil folha de papel por divertimento.
Vejo mares de vida serem secos
E substituídos pelos brinquedos do Humano e,
Num lapso, deixados em ruína.
Vejo a antiga panóplia cromática no céu
E lamento por hoje ser só uma
Grande, opaca e maciça nuvem descendente cinzenta
Que não deixa a luz do maior astro os meus olhos atingir.
Vivemos numa escuridão inacabada.
E vejo a minha pessoa... Uma pessoa só.
Uma pessoa una consigo mesma que
Ao tentar familiarizar-se com o mundo
Foi refutada... Errou e falhou redondamente.
Simplesmente solitário no relógio do desalento da vida...
Sim, estou só, mas não porque quis,
Mas sim porque tive de aprender
A conviver com a solidão que me foi
Forçosamente imposta por tudo o que me rodeou
E por todos os que me amam...
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